Cultura

Secretária: Educação, Cultura, Turismo e Desporto

Responsável: Gustavo Sieben


A beleza do povo westfaliano é representada pelas soberanas: rainha e duas princesas, escolhidas mediante concurso promovido pela Secretaria de Educação, Cultura, Turismo e Desporto. A atual corte do município tem Jordana Rex Braun como rainha, Jaqueline Borghardt como 1ª Princesa, e Soraia Schröer como 2ª Princesa.

A cultura westfaliana tem alguns diferenciais em que se destaca o tradicional Sapato de Pau, o dialeto Plattdüütsch e a arquitetura enxaimel. Quando chegaram à região, a partir de 1869, os imigrantes alemães, em especial os oriundos da Westfália, trouxeram consigo costumes e tradições que os descendentes mantiveram ao longo dos anos, representando hoje parte da cultura westfaliana. Não menos importantes, também outras etnias se inserem nessa cultura, como a italiana, a africana e a portuguesa que traz como legado a língua oficial do país.

Os imigrantes westfalianos, vindos de uma região próxima à Holanda com altitude próxima ao nível do mar e com áreas úmidas, estavam acostumados a utilizar um sapato feito integralmente de madeira, que os protegia do frio e da umidade. Estes costumes foram trazidos com a imigração. Como muitos tinham experiência como artesãos, logo apareceram pessoas que começaram a fabricar o sapato-de-pau, como é chamado hoje, continuando, assim o costume de seu uso na sua nova pátria. Como fabricantes do sapato-de-pau podem ser considerados sobrenomes como Brockmann, Wessel e Brune.

Para preservar estes costumes, surgiu em julho de 1995, o grupo de danças Westfälische Tanzgruppe. Com a finalidade de propiciar entre os jovens o cultivo e preservação da cultura westfaliana, o grupo permite, ao mesmo tempo, aos seus integrantes, se divertirem e divulgarem os costumes e tradições. É uma atração especial em todos os locais por onde se apresenta com a sua indumentária e com o seu típico calçado de madeira, o sapato-de-pau. Criado em 1996, o Grupo de Danças da 3ª Idade Vergissmeinicht também tem por objetivo o resgate e manutenção da cultura legada dos antepassados.

O dialeto Plattdüütsch é hoje ainda falado e entendido pela grande maioria da população. Originário do norte da Alemanha e fazendo parte da língua saxônica, o dialeto é semelhante à língua holandesa e tem uma estreita relação com a língua inglesa, que é anglo-saxônica.

No entanto, apesar de ser oriundo de uma região que integra atualmente a Alemanha, não guarda uma semelhança muito grande com a língua alemã. Considerando que as pessoas que usavam o sapato-de-pau também falavam uma língua diferente que outros descendentes alemães, o dialeto tornou-se conhecido como sapato-de-pau. Atualmente temos no município um grupo que realiza reuniões mensais, conhecidas como Reunião dos Amigos dos Sapatos-de-Pau, buscando valorizar e preservar o dialeto entre os descendentes.

Em termos da arquitetura trazida pelos imigrantes, muitas das casas construídas em estilo enxaimel pelos primeiros moradores ainda hoje existem, fazendo parte do patrimônio arquitetônico do município. Muitos proprietários restauraram estas construções com recursos próprios, mantendo-as de forma original e utilizando-as como moradia. Em termos da manutenção da arquitetura com estilo enxaimel, foi criada a lei de tombamento que busca restaurar futuramente os prédios existentes no município.

Além desses diferenciais, observa-se também o espírito associativo que os levou a fundar, nas diversas localidades, associações, surgindo assim a comunidade escolar, a comunidade religiosa e a sociedade do canto coral.

A primeira comunidade escolar a ser formada foi em 1872, na Linha Frank, com o nome de Julio de Castilhos, e a segunda foi organizada na Linha Schmidt em 1883, com o nome de Evangelische Schulgemeinde Pikade Schmidt. As demais comunidades, de Berlim e Paissandu, organizaram logo em seguida as suas comunidades escolares. A comunidade que se ocupava com a educação dos seus filhos também assumia a manutenção do cemitério. Desta forma, toda a comunidade se envolvia com a educação e não, somente, os pais dos alunos. Assim, nas localidades em que não existia ainda uma comunidade religiosa própria, havia um cemitério, como foram os casos da Linha Schmidt e de Paissandu.

A comunidade religiosa mais antiga é a da Linha Frank, cuja igreja é uma das mais antigas da região, tendo mais de 100 anos. A comunidade recebeu a denominação de Zionsgemeinde e nos seus registros consta o batismo do ilustre ex-presidente do Brasil, general Ernesto Geisel. Em 1878, na atual localidade de Berlim, foi fundada a comunidade religiosa Olavo Bilac que também assumiu a responsabilidade da Escola Particular Olavo Bilac. No entanto, a comunidade somente construiu a sua própria igreja em 1962, sendo que até então frequentou cultos na igreja da Linha Frank. Na localidade de Paissandu foi organizada a comunidade escolar em 1893, iniciando com a construção de uma escola, em que eram também realizados cultos religiosos. A referida sociedade mudou o nome para Comunidade Escolar Silveira Martins no ano de 1939. Como a comunidade religiosa pertencia a Linha Frank, em 1986, com a fundação da Comunidade Evangélica Silveira Martins, construiu em 1990 a sua própria igreja. A comunidade Evangélica de Linha Schmidt somente foi organizada, a partir de 1983, com a fundação Comunidade Evangélica Bom Pastor. Até esta data, os moradores faziam parte da comunidade de Linha Frank e de Teutônia, cuja comunidade, de nome Paz, foi fundada em 1884. Atualmente existem no município também igrejas de outras religiões.

Da vontade dos antepassados em preservar seus costumes, existe hoje no município o coral mais antigo do interior do Rio Grande do Sul, que é a Sociedade de Cantores Aliança de Linha Frank, fundada em 7 de maio de 1877 com o nome de Deutscher Sängerbund, cujos integrantes já se reuniam e cantavam a partir de 1870, conforme registros no Livro de Atas. Outro coral é a Sociedade de Cantores Recreio que, em 2004, completou o seu centenário. Além desses, existem a Sociedade de Cantores Aliança de Berlim, a Sociedade de Cantores Justiça de Linha Schmidt, a Sociedade de Cantores Silveira Martins e o Coral da Associação Cultural da Família Ahlert. As senhoras também se organizaram e dessa forma existem diversos grupos, entre estes, o Coro de Senhoras da OASE de Berlim, Coro de Senhoras de Linha Frank, Coro de Senhoras Rosa Branca de Paissandu, Coro de Senhoras de Linha Schmidt e Coro de Senhoras Unidas Venceremos. No ano de 2014, foi instituído o Coral Municipal de Westfália, que tem em seu repertório músicas do folclore popular, MPB, samba e outros.

Mas, os descendentes não preservaram somente os costumes da cultura e do trabalho. Assim, após cada jornada, costumam apreciar o lazer, cultivando a dança, a música e esportes. Esses são momentos de alegria e prazer, e uma das principais festas é representada pelo tradicional Kerb, em que é comemorado o aniversário da inauguração da Igreja. A festa acontece tanto na casa das famílias com uma vasta gastronomia que nos primórdios tinham a duração de três dias, quanto em salões com os tradicionais bailes. Assim, desde a colonização houve a preocupação de moradores, em cada localidade, construir um salão de baile. No início estes salões eram explorados por particulares, não sendo comunitários, sendo que mais tarde foram transformados em sociedades culturais e esportivas. Entre antigos detentores de salões figuram nomes como Markus, Dahmer, Schröer, Hamester, Redecker e Lindemann.

Com a existência dos bailes, em cada localidade surgiram interessados em música nas mais diferentes famílias. Em muitos, os mesmos se uniam formando uma orquestra, chamada na época de Jazz. Outros se apresentavam de forma independente, animando fandangos, que eram realizados principalmente em residências particulares. Nesse contexto, foram importantes o Jazz Brasil, o Jazz Não Nega, a Banda Maringá e Henrique Uebel, o homem orquestra que tocava sete instrumentos ao mesmo tempo.


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